Fazer Política é, sobretudo, saber Comunicar. Um candidato consciente, sabe - ou deveria saber -, que o tempo das campanhas de improviso acabou. Atualmente, as campanhas estão cada vez mais profissionais e são programadas ao pormenor, especialmente as vencedoras.
Um bom consultor de comunicação terá a capacidade para estruturar e orientar o candidato sobre toda a mecânica do processo de campanha: o planeamento, a estratégia, a equipa, a imagem, o marketing pessoal e de relacionamento, como se posicionar politicamente, qual a melhor tónica do discurso, que mensagens de propaganda deve transmitir. Saberá, sobretudo, explorar e transformar a comunicação em reputação positiva.
Inegável é que, ao poder da Comunicação deve juntar-se a engenharia do Marketing Político Eleitoral. Isto é, numa campanha, o marketing é a ciência que vai orientar todo o aparelho e todos os esforços na direcção certa, definindo como e quando comunicar as propostas com maior eficiência, tudo, para posicionar o candidato como a melhor opção de voto.
Portanto, e porque não há truques de magia, para uma campanha eleitoral de sucesso, aconselha-se que qualquer candidatura passe, obrigatoriamente, por um processo que se divide em pré-campanha (os três primeiros pontos) e a campanha propriamente dita. Partilhamos, então, os 7 passos:
#1 - Candidato
É importante definir Missão, Visão e Valores (MVV) do candidato, com o intuito de posicioná-lo dentro de um espectro político. Sabemos que nem tudo agrada a todos, por isso, é importante ser o mais eficiente possível para atingir, converter e conquistar quem se interessa pelo discurso e pelas ideias do candidato.
#2 - Público
O candidato deve estar bem informado para poder identificar e reconhecer o seu público-alvo e assim interagir positivamente com o mesmo. Saber relacionar-se, cativando, requer preparação.
#3 - Desejo
É fundamental que o candidato - e o seu aparelho de candidatura – conheçam antecipadamente as necessidades do segmento onde estão inseridos e o seu eleitorado. Auscultar os medos, recolher aspirações, analisar estilos de vida e registar o que pensam as pessoas é um trabalho de pré-campanha. Estar ciente das preocupações que lhe chegarão, no terreno de campanha, é estar apto a marcar pontos, apresentando soluções para satisfazer esses desejos.
#4 - Propostas
Feito o trabalho de levantamento, onde a equipa ouviu e recolheu preocupações e ambições, é altura de elaborar as propostas que vão de encontro às necessidades do segmento que se propõe a representar.
#5 - Comunicar
A marca da campanha e o discurso do candidato devem estar intrinsecamente relacionados e sintonizados. Essa marca também deve estar em sintonia com toda a identidade visual utilizada em cartazes, publicações em redes sociais e outros meios. Os métodos de comunicação podem variar, no intuito de atingir o maior número de eleitores, mas deve-se manter o conceito de unidade da identidade e uniformização da mensagem. Articulada a identidade da campanha, deve-se definir a tónica do discurso que servirá para comunicar as linhas de acção, ou seja, as propostas da candidatura que chegarão ao público e que deverão ser divulgadas da forma mais eficiente, positiva e assertiva possível. Esta informação deve ser sempre simples, directa, coesa e apresentar respostas/soluções.
#6 - Posicionar
Durante a comunicação e as acções de campanha, o candidato deve apresentar-se como um líder próximo do seu público, motivado em representar o seu eleitorado e interessado em resolver os problemas daquele segmento específico, posicionando-se, sempre, como a melhor opção de voto.
#7 - Consolidar
Mais uma vez, a comunicação assume-se como uma ferramenta poderosa na consolidação do perfil do candidato (nome, marca e imagem) que é construído ao longo da campanha. Consolidar é então: comunicar sempre com persuasão inteligível e emocional. Seduzir o eleitorado pelos discursos em eventos. Criar acções de contacto directo e marcar um posicionamento de proximidade. Consolidar é garantir o voto até ao dia das eleições.
Por detrás de um forte candidato, está sempre um assessor de comunicação competente.
Por Raquel Garcez Pacheco | CEO da Comunicar-se - Agência de Comunicação
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